quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A nova dama da lotação



                Qual a diferença entre uma menina, uma mulher e uma mulher que já teve orgasmos múltiplos?

A pecadora
                Ainda menina Katianne despertava olhares em  todos os lugares que frequentava. Na escola era um aluna dedicada, na família uma filha exemplar, na igreja uma fiel no senhor, e na rua a morena mais gostosa. O fato de esconder-se atrás da saia longa, do cabelo preso, da blusa composta, não impedia que suas curvas saltassem na imaginação de todos os homens. Absolutamente todos.
                Os sábados guardados por deus, também eram tentados pelo desejo. Pastor Erivaldo se esforçava para não vê o pecado naquela calcinha pequena embaixo da saia. Ele sabia que era pequena porque quando ela andava aquele volume da costura na beirada da calcinha fazia o favor de ser bem menor que o espaço da sua bunda.
                Numa dessas lutas contra seus instintos, Erivaldo pregou:
                -Pecador, pecador! Satanás vem nos atentar em todos os lugares. Mas o senhor salvará todo aquele que resiste. Glória irmãos! Eu resisto, eu serei salvo! Glória irmãos!
                Os 15 anos da Katianne guardavam algumas surpresas. Na igreja ela conhece Cleyton, rapaz correto, trabalhador e que guardava um profundo sentimento de amor pela pequena. Brigava apenas quando escutava o que os outros homens com quem convivia falando das delícias de sua amada. Queria namorar a moça para ter a certeza que todos haviam de respeitá-la em nome do senhor. Quando em fim tomou coragem após o culto, a moça surpreendida e meio tímida aceita se relacionar com o irmão.
                Mas como era difícil resistir as curvas de Katianne. Após o culto como de costume os dois saem para namorar, Cleyton está prestes a explodir de tesão. A cada carícia mais ardente ela trava e vai para casa pensando em seu pecado. Enquanto Cleyton vai para casa masturba-se sonhando com o dia em que vai gozar na sua amada.
                Com o abismo entre o desejo da descoberta do seu corpo e o sentimento de pecado, Katianne foge mais uma vez das carícias de seu namorado. Chega a casa de sua amiga e se depara com a revista feminina falando em orgasmos múltiplos, mesmo se sentido pecadora não consegue parar de ler. Dali em diante a curiosidade impera sobre sua moral.
                Sem que percebam ela rouba a revista. Ao voltar para casa pensa em seus atos e é tomada pela culpa novamente. Para se redimir começa a orar, vai lê a bíblia chega no trecho  “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Romanos 13.9).  Louvando ao senhor pensa:
"Se temos que amar os outros, como a nós mesmo, isso significa fazer bem aos outros, orgasmos farão bem tanto a mim quanto ao outro.  Portanto não há pecado, desde que eu cuide do meu corpo, da minha vida e da do Cleyton."
Estava ali a justificativa moral que precisava para se render aos desejos pelos carinhos de Cleyton.
A busca pelo orgasmo
                Havia todo um misto de ansiedade e curiosidade pela penetração. Cleyton já não conseguia segurar-se ao saber da elaboração de sua amada. No mesmo dia pede dinheiro emprestado para alugar o quarto de uma pensão familiar discreta.
                Suas mãos afagavam-lhe os seios da pequena, firmes e pontudos. Depois acariciou seus cabelos, sua pele. Todavia, Katianne queria mais. E, mais rápido que em qualquer fantasia de Cleyton ela se pôs nua. Antes que perdesse a ereção, o rapaz meteu o pênis na vagina encharcada de desejo. Gozou mais rápido que qualquer fantasia de Katyanne. Os orgasmos não vieram, mas a pequena já descobrira na sua coleção de revistas femininas que a primeira vez não é lá das melhores.
                O problema é que não foi melhor nem na segunda, nem na terceira. Katianne tomou coragem e falou para Cleyton:
                - Amor, deus não tem me dado a glória do orgasmo.
                A insegurança toma conta do rapaz, que com toda agressividade das palavras responde que isso é coisa de pecadora. Dali em diante a vida do casal tornou-se um inferno. Cleyton cada vez mais ciumento, proibia Katianne até de sair com seu irmão de 12 anos. O medo de perde-la era tal que ele começa a culpa-la por ser estranha. A mulher inicia seu martírio de dor, tenta fazer tudo que as revistas indicavam e nada adiantava. No culto, enquando o pastor ordenava que tivessem fé no senhor, ela implorava pela graça do gozo.
A culpa da mulher
                Dias, meses, anos se passavam e nada mudava. Cleyton cada vez mais ciumento, Katianne cada vez mais culpada. Já não saiam mais. Ela se sentia diferente de todas suas amigas que viviam comentando das maravilhas sexuais. No caminho para escola, no ônibus, elas riam alto e conversavam baixo contando vantagem para vê quem já tinha gozado mais. O cobrador volta e meia escutava as conversas. Quando as jovens se percebiam já escapavam os olhares de malícia pra cima dele. Havia um tom de sacanagem entre "fingir que o outro não escuta" e "fingir não escutar". Enquanto isso Katianne sempre questionava que era uma mentira os orgasmos múltiplos, mas para seu desespero choviam conselhos indicando paciência. Passaram-se 5 anos e a paciência ainda não lhe trouxera o orgasmo tão sonhado.
                Começava a pensar que era tão pecadora, tão fracassada, que o próprio deus não lhe dera a graça da alegria no amor. Chegava a ter sonhos, fantasias, mas ao se deparar com a realidade dos encontros sexuais com Cleyton pareciam não ter sentido algum.
                Quando começou a entrar na dúvida cogitando a possibilidade do problema estar no seu corpo. Então decide procurar ajuda.
A médica
                Às escondidas dá um jeito de conversar com a ginecologista do posto. Flávia tinha por volta dos seus 26 anos, mulher dedicada ao ofício e muito querida na comunidade. Tinha um trabalho em especial com as moças evangélicas, estabelecia uma relação de confiança e descrição. Examinou Katianne:
                - Você está usando camisinha?
                - Sim, eu tenho que cuidar do meu corpo em nome do senhor. Não posso engravidar, ainda não terminei meus estudos e uma criança deve ser querida com a glória de deus. Eu e Cleyton queremos nos casar na igreja e nossos pais não vão entender se descobrirem que já celebramos o amor de deus.
                - Bem, os resultado dos exames foram ótimos. Está tudo bem com você querida. Que bom que você entende suas responsabilidades.
                - Mas doutora, deve ter algo de errado comigo!
                - Porque? Você está sentindo alguma coisa? Alguma dor?
             - Esse é o problema. Eu sei que as mulheres sentem orgasmos, até múltiplos. Eu não sinto até agora.
                -Bem, paciência para descobrir seu corpo Katianne.
                Desolada com o que a médica falou, segue a tentar mais uma vez achar os tais orgasmos. Nada acontece. Clayton grita com ela, afirma que ela não o ama, que vive em pecado e começa a segui-la. Não gosta das conversas com a doutora, mas ela insiste em ir escondido...
                - Já é a terceira vez no mês que você me procura Katianne. O que você realmente quer?
                - Doutora, eu quero que o senhor me conceda a graça do gozo!
Já sem paciência Flávia responde:
                - Não há absolutamente nada de errado com você! Se não foi com seu namorado será com outro homem. Mas isso não sou eu quem resolve, é você.
                - Isso é um absurdo doutora, eu amo Cleyton, vamos nos casar e ter uma família em nome de deus.
                Katianne saí atordoada com as palavras da médica. Enquanto Flávia suspira inconformada pensando:
                - Algo de errado? Num corpo desse como ainda pode caber essa pergunta. Pecado é pensar assim.
A briga
                Ao sair do posto de saúde, Cleyton a esperava. Expressão de raiva e rancor. Segura bem forte no braço dela e começa a gritar:
             - Eu disse que não quero você conversando com essa perdida! Ela fica enchendo sua cabeça contra mim! Você quer que eu te deixe? Nenhum homem vai querer você!
                - Me larga! Você não entende nada! Me deixa sozinha!
                Ela pega o ônibus de volta para casa.
A decisão
                No mesmo ônibus que lhe leva à escola ela vê aquele cobrador. Robson é um rapaz moreno, usa a camisa aberta os 3 primeiros botões, por conta do calor. A calça do uniforme é de um tecido sintético, que deixa vê o volume das suas coxas trabalhadas pelo futebol. Muita conversa mole, cavanhaque e cheiro de desodorante. Ele percebe a presença de Katianne. Dessa vez, ela não desce no ponto de costume e seu instinto galanteador começa a aflorar.
Enquanto isso, Katianne atordoada, mistura todas as frases que lhe confundem a cabeça:
"Se temos que amar os outros, isso significa fazer bem aos outros, orgasmos farão bem"
"Não há absolutamente nada de errado com você! Se não foi com seu namorado será com outro homem. Mas isso não sou eu quem resolve, é você."
"Nenhum homem vai querer você!"
                Diante da confusão instaurada ela vê os ombros largos de Robson e decide descer no ponto final. Abre os dois primeiros botões da camisa, solta os cabelos, chega até ele e fala:
                - Oi! Eu quero você!
                - Olá gatinha, vi que você não desceu no ponto tava aqui só te sacando.
                - Certo. Eu vou falar de novo, já que você parece não compreender. Eu quero você!
Ela se debruçou sobre Robson evidenciando seus seios. Disfarçando a surpresa ele responde:
                - Vamos passear um dia então gata?
                - Eu não quero passear, quero transar com você. Amanhã.
Antes que o nervosismo atrapalhe o canalha ele responde:
                - Claro minha linda, amanhã a noite nos vemos.
A trepada
                O dotes físicos de Robson não chamavam muita atenção de Katianne. Na verdade ela decidira por um cara experiente. Isso lhe bastava. Nessa noite ela mal dormiu pensando o quanto se aproveitaria daquele mulherengo, e que finalmente saberia se o problema era ou não com ela. Enquanto isso, Robson acabava com o estoque de catuaba do bairro, com medo de fazer feio diante daquela morena.
                Marcaram de se encontrar na casa de Robson. Ela nem sequer colocou o primeiro pé no chão. Robson levantou Katianne pela cintura com um dos braços e lambeu o seu pescoço até a orelha depois sussurou ao mesmo tempo que apertava sua coxa:
                - Aí, que morena gostosa!
                Chegaram no quarto nus, completamente tomados pelo tesão. Robson lambeu seus seios e mexeu em seu sexo enquanto Katianne o masturbava e gemia. Ele beijou sua barriga e fez sexo oral nela por uns 15 minutos, quando ela implorou pra ele meter. Ele agarrou-a pela cintura e ela ficou em cima dele. Uma mulher escultural que despertou um gemido involuntário de "gostosa", Katianne divertia-se com aquele elogio e galopava em cima dele. Ele a deitou novamente cruzou sua perna pra apertar aquela bunda enquanto penetrava nela. Foi um festival de delícias e gemidos. Com todos os orgasmos dignos da metamorfose da mulher.

A metamorfose
                Ao voltar pra casa Katianne percebeu que orgasmos múltiplos significam prazer em múltiplas dimensões, sem bloqueios. Terminou o namoro com Cleyton, que a perturbou por uns 6 meses ainda. Teve aulas especiais de sexo com o Robson por volta de um ano, sem envolvimentos maiores. Os homens continuavam a olhar e pensavam "cada dia mais gostosa", entretanto agora Katianne podia sentir seus olhares. Chegava a esboçar um sorriso soberbo ao ter consciência do que realmente era: a mulher mais gostosa do bairro.

3 comentários:

  1. NOssa!!! ficou genial, talita! muito viva a narrativa, idéias muito bem concatenadas... cenas explicitas ruborizantes... adorei de fato!! parabéns!

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  2. Que bom que você gostou querida... Já tá valendo!

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  3. Ficou muito legal!!!! Vc e Macinha deviam investir mais em textos assim!!!!

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